O TEMPO E O AMOR
Eu lembro daquela vitrola
que, ao Ray Conniff, tocava
pra nós e todos amiguinhos
da antiga e saudosa escola.
Lembro que a gente dançava
com os rostos coladinhos.
Muitas promessas de amor
cochichadas ao pé do ouvido
causavam um frio na espinha.
Sentia, com aquele tremor,
nossos corações mais unidos...
Eu sendo teu e tu sendo minha.
Nossos sonhos tão pretensiosos,
nos consumindo como chamas,
bloqueavam toda nossa razão
e imersos em beijos calorosos,
não percebíamos os dilemas
que provoca o fogo da paixão.
E o tempo, alazão indomável,
deixou pra trás os espetáculos,
mostrando-se, da vida, detentor
e assim, provou ser impossível,
apesar de tantos obstáculos,
fraquejar o nosso grande amor.
SP – 10/01/10