Sono dos Inocentes
Dormem inocentes
Num sono de honestidade
Descrentes
Da grande maldade
Desse mundo mau.
Pacientes
Aguardam pelo despertar do dia
E reviver as alegrias
Da época de natal.
E ao abrir dos olhos
E o entre abrir das janelas
O que ali deixara
À tempo acabara
De partir
Daí o que resta?!
É fim de festa!
E o sonho roubado
Quiçá mal guardado
Já se fora de pressa...
Nada mais resta!
Só há o grito,
O desespero,
O espanto
E a culpa
Atirada uns aos outros
Como um fardo pesado
Sobre ombros cansados
De sofredor,
Só há isso e dor,
Mal há esperança,
Mal há fé,
Mal há crença,
Só há raiva,
Transformada
Em força
Para persistir
E não desistir
Da guerra travada.
Mas eis que surge a paciência
Vestida de decência
E ilusão
E até para o tempo
Que resfria o pensamento
E vaga à falsa união...
Mas ao analisar
Da tragédia pior
Preferimos pensar
Que foi dos males, o menor...