Sono dos Inocentes

Dormem inocentes

Num sono de honestidade

Descrentes

Da grande maldade

Desse mundo mau.

Pacientes

Aguardam pelo despertar do dia

E reviver as alegrias

Da época de natal.

E ao abrir dos olhos

E o entre abrir das janelas

O que ali deixara

À tempo acabara

De partir

Daí o que resta?!

É fim de festa!

E o sonho roubado

Quiçá mal guardado

Já se fora de pressa...

Nada mais resta!

Só há o grito,

O desespero,

O espanto

E a culpa

Atirada uns aos outros

Como um fardo pesado

Sobre ombros cansados

De sofredor,

Só há isso e dor,

Mal há esperança,

Mal há fé,

Mal há crença,

Só há raiva,

Transformada

Em força

Para persistir

E não desistir

Da guerra travada.

Mas eis que surge a paciência

Vestida de decência

E ilusão

E até para o tempo

Que resfria o pensamento

E vaga à falsa união...

Mas ao analisar

Da tragédia pior

Preferimos pensar

Que foi dos males, o menor...

Leonardo Roani
Enviado por Leonardo Roani em 09/01/2010
Reeditado em 01/06/2010
Código do texto: T2020636
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