PHOETAS
E nos dizemos trovadores
Gravamos nossas lamúrias
Nessa epiderme digital e tal
Nus escondendo em nós mesmos
Enquanto o palato seca
Como uma vagina ríspida
Que nos deleita em ocasos
E somos sós, tu e teu verbal
Expondo até o avesso do reverso
Uma língua em um beijo desnudo
Para transpor do cerne o umbral
No matiz de versos insípidos
Apregoados em cânticos mudos
Contravindo os nossos humores
Para que virem estrofes castas
E empardeçam a luz do olhar
E nus queremos sempre em tudo
Até nos amores que a gente arrasta
Mas sem eles onde elas ficam sem
Além de teus olhos castanhos...
Restaria o limbo, sim, mas e daí?
Lá, mesmo lá, haverá, amém,
O pensamento, e mesmo sem a pena
Minutarei estros em minha tez
Tais estigmas de meu imo profano
Confessando rimas na trilha sem fim