Véspera

Véspera desesperada a Vera

Que na certa sofreu deveras

Ante todas as quimeras

E pós todas as primaveras.

Qual fome à luz de velas

De clarão translúcido e de vielas,

De figos, pedras e mazelas;

Tão lânguidas, todas elas!

Ânsia de tamanho desesperada,

Circundada, fria e rechaçada

Apela por sobre tom desbotada

E padece à fria madrugada.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 09/01/2010
Código do texto: T2020062
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.