ECLIPSE DA ESPADA
************
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨>>>>
************
Belo brilho forjado no fogo
Retirado da terra, dantes fosco
Sempre revestido de prudência
Para não revelar-se na luz da inconsequência.
Causando temor no seu reluzir
Põe o forte também a fugir
Não há quem caminhe em sua linha reta
Quando vem despir-se para o mal desperta.
Apagou-se a luz incandescente
Quando cravado na carne indecente
E a cor escarlate cobriu a beleza
Queimando o que antes era só frieza.
O metal afiado não se mostra clemente
O grito não ecoa mas a dor é imanente
Embebeda-se no vinho inimigo
E repousa no silêncio arguido.
Deu início a todas dores
Trazendo os piores temores
Quem fará que de novo se brilhe
Pois a glória entrou em eclipse.
O afiado sorriso foi cobrido
O metal pelo sangue é tingido
Quem desprenderá o escalibur
Se a lenda se foi com rei Artur.
Jessé Nóbrega Cardoso.