Na beira do mundo

Escrever nada de nada

Nada de nada escrever

Pela simples necessidade de escriturar

a escritura mesmo que seja de nada;

Vício de letras e sonoridades baixinhas

Cantadas na voz de Maracos e Marinhas

marreco, andorinha, juriti, arara, periquito, javali

bem-ti-vi, galinha, galo e "pintim",

gavião, trovão, raios e todo o gado,

cachorro "encapetado" e serpentes vistas nas cobras corais do quintal;

Se nada disso conter nada escrevo neste escrever.

Assim muitos se fizeram nas cadeiras das escritas

escrituradas muitas no nada do nada, sem peixe na história,

ou nenhum causo de pescador,

ouvindo miado da onça chegando no riacho,

correndo corisco que nem bicho do mato:

Corre que lá vem gigante gato!

Saí, logo, antes que compreendece a lei do garfo.

São pernas pra que te quero

Lá vem elas de mansinho de quero-quero

Dizendo nada sem nada querer querendo tudo,

É isso todo o absurdo de pescador no rio ou no córrego fundo.

ACosta
Enviado por ACosta em 08/01/2010
Código do texto: T2018279
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