PASSEIO DOS OLHOS

Olhando para baixo

O tapete da cidade

Minha idade vai veloz

Na cabeça mais de uma voz

Tudo foge e o tempo corre

Quem disse que o amor não morre?

Mais um avião passa sem mim

O céu já não me parece o mesmo

pedestres em marcha, movimento sem fim

meus olhos continuam a esmo

Procuro uma brecha, por entre o concreto

Impossível! O horizonte se esconde!

Procuro nas placas o caminho do certo

É inútil! Nem perto, nem longe

Não sinto o sopro do vento

Meu reflexo no vidro da janela

Sozinho, no meio de todos, reinvento

uma jeito de voar da minha cela