Caminhando nas nuvens

A ponte que se extende,

perdendo-se no horizonte.

Por sobre o oceano,

estão aqueles a cruzá-la.

Os sábios caminham,

os velhos correm,

os que se arrependem,

olham para trás.

e aquele que vai

já não volta mais.

O canto das sereias,

os tolos que se atiram ao mar,

enquanto os poetas seguem a rimar,

seus desencantos e lamentos,

entre descrença e sofrimento.

Os mais espertos

compram os objetos

que os fazem enxergar de longe,

mas tudo que vêem são miragens

as distorções do horizonte.

O Sol ilumina a ponte,

a Lua que encanta,

enquanto as nuvens repousam

e as ondas balançam.

Andando devagar

para aproveitar o caminho,

pois a trilha é macia,

a ponte é feita das nuvens

a ponte é feita das ondas

a ponte é feita de céu,

então não há pressa.

Depois do arco-íris

está o pote de ouro,

mas o duende é sabido

e engana o tolo

que pensa que no pote

realmente há ouro.

O vento sopra,

o homem segue,

a ponte firma,

o horizonte espera

e o arco-íris revela.

O que os olhos não podem ver,

o que a alma perdeu

para poder encontrar,

o homem segue

e ao seu horizonte

ele hei de chegar.

Magno Quirino
Enviado por Magno Quirino em 07/01/2010
Código do texto: T2016583
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