Caminhando nas nuvens
A ponte que se extende,
perdendo-se no horizonte.
Por sobre o oceano,
estão aqueles a cruzá-la.
Os sábios caminham,
os velhos correm,
os que se arrependem,
olham para trás.
e aquele que vai
já não volta mais.
O canto das sereias,
os tolos que se atiram ao mar,
enquanto os poetas seguem a rimar,
seus desencantos e lamentos,
entre descrença e sofrimento.
Os mais espertos
compram os objetos
que os fazem enxergar de longe,
mas tudo que vêem são miragens
as distorções do horizonte.
O Sol ilumina a ponte,
a Lua que encanta,
enquanto as nuvens repousam
e as ondas balançam.
Andando devagar
para aproveitar o caminho,
pois a trilha é macia,
a ponte é feita das nuvens
a ponte é feita das ondas
a ponte é feita de céu,
então não há pressa.
Depois do arco-íris
está o pote de ouro,
mas o duende é sabido
e engana o tolo
que pensa que no pote
realmente há ouro.
O vento sopra,
o homem segue,
a ponte firma,
o horizonte espera
e o arco-íris revela.
O que os olhos não podem ver,
o que a alma perdeu
para poder encontrar,
o homem segue
e ao seu horizonte
ele hei de chegar.