SECAM AS LÁGRIMAS DA CHUVA NOS VIDROS DAS JANELAS

É hora de oferecer abrigo

De caminhar pelos bosques

Seguir a vida na contramão

Os trilhos virando rio

E o rio virando pedra

Lá se vão as borboletas

Para onde não se sabe

Murcham as flores

Secam as lágrimas da chuva

Nos vidros das janelas

Seguem barcos sem velas

São ondas de um mar sem luz

São luas de um céu pensativo

Pedidos de perdão perdidos

No peito de um ateu

Encontrados pecados sem castigo

Uma estrela pisca no norte

No sul uma estrela sem sorte

Toma nos braços todo o bem do mundo

Toma nas mãos o que nem sequer

É meu