FAÍSCAS

“Com um poema de amor beijaste a taça

Onde os meus lábios trêmulos pousaram

Bebendo no cristal onde brilharam

Faíscas de um cigarro entre a fumaça...”

Restou nas bordas o calor que embaça

E das cores do encontro entre o objeto faiscante

E a boca em fogo

Um anseio

Que não cessa

De uma tempestade que não passa

À vida nada se peça

À morte não se faz graça

Não há régua que meça

As cinzas da desgraça

Mude o passo

O ritmo é outro

E na perna que em cruz traça

O tango da existência

A beleza da beleza

O mistério que me enlaça

Observação: este é o primeiro poema que faço a quatro mãos. O colega Hermílio sugeriu o mote que se encontra no texto entre aspas e a partir desse mote, consegui produzir este poema. Agradeço muito a gentileza do poeta e espero que goste do que escrevi.

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É UMA HONRA INDIZÍVEL TER DOIS POETAS COMO HERMÍLIO E ÂNGELA GURGEL NA MINHA PÁGINA. VEJAM OS LEITORES A BELEZA DE RONDEL PRODUZIDO PELA COLEGA:

NAS BORDAS DA TAÇA

“Como um poema de amor beijaste a taça

Onde os meus lábios trêmulos pousaram

Bebendo no cristal onde brilharam

Faíscas de um cigarro entre fumaça...*”

Sua boca pousou na minha cheia de graça

Quando meus lábios naquela taça tocaram,

Como um poema de amor beijaste a taça

Onde os meus lábios trêmulos pousaram

Meus olhos viram nos seus a ameaça,

Eu era, naquele momento, sua caça

Seus olhos sobre mim avançaram

E na borda da taça nossas bocas se beijaram

Como um poema de amor beijaste a taça...