FAÍSCAS
“Com um poema de amor beijaste a taça
Onde os meus lábios trêmulos pousaram
Bebendo no cristal onde brilharam
Faíscas de um cigarro entre a fumaça...”
Restou nas bordas o calor que embaça
E das cores do encontro entre o objeto faiscante
E a boca em fogo
Um anseio
Que não cessa
De uma tempestade que não passa
À vida nada se peça
À morte não se faz graça
Não há régua que meça
As cinzas da desgraça
Mude o passo
O ritmo é outro
E na perna que em cruz traça
O tango da existência
A beleza da beleza
O mistério que me enlaça
Observação: este é o primeiro poema que faço a quatro mãos. O colega Hermílio sugeriu o mote que se encontra no texto entre aspas e a partir desse mote, consegui produzir este poema. Agradeço muito a gentileza do poeta e espero que goste do que escrevi.
*****************
É UMA HONRA INDIZÍVEL TER DOIS POETAS COMO HERMÍLIO E ÂNGELA GURGEL NA MINHA PÁGINA. VEJAM OS LEITORES A BELEZA DE RONDEL PRODUZIDO PELA COLEGA:
NAS BORDAS DA TAÇA
“Como um poema de amor beijaste a taça
Onde os meus lábios trêmulos pousaram
Bebendo no cristal onde brilharam
Faíscas de um cigarro entre fumaça...*”
Sua boca pousou na minha cheia de graça
Quando meus lábios naquela taça tocaram,
Como um poema de amor beijaste a taça
Onde os meus lábios trêmulos pousaram
Meus olhos viram nos seus a ameaça,
Eu era, naquele momento, sua caça
Seus olhos sobre mim avançaram
E na borda da taça nossas bocas se beijaram
Como um poema de amor beijaste a taça...