Nego

Nego oque sei, oque me fiz, bate-me um cansaço. É como se esperar a primavera e vir um outono, tardes cinzas, foi trocar toda a beleza dos girassóis por folhas secas caídas ao chão. Saiu o cenário do Sol quente que me abrigava a dor e vir o vento gelado umidecendo meus cabelos.

É pensar em euforia, pipocas pulando, de um caroço a um botão em flor. É o botão que não desabrochou.

Bate-me um cansaço, por vezes até prazeroso, por vezes...cansada do tudo do nada, do que nem veio...

Bate-me a euforia então, uma ebulição tão louca, mas tão pouca...

Nego, nego tudo, nego oque fui, nego oque serei.

Ser para dar, ter e trocar são as antíteses das direções.

Negarei até o fim, oque fui, oque foi.

Maria Del Carmen Trajano
Enviado por Maria Del Carmen Trajano em 06/01/2010
Reeditado em 22/01/2010
Código do texto: T2013476
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