Na prisão da minh’alma
Presa vendo espantalhos numa roça de milho
Sacos cheios de vento, na imensidão do escuro
Ao abrir os sacos,
Olham os espantalhos atentos!
São apenas ventos a soprar no templo
Templo de fadas liras e harpas
Sopra-se o vento e faz música na flauta.
O som ecoa e ouve o moço da rua
Que tem nas mãos uma gaita nua
Sopra-se a gaita, o moço
Ouve a música a moça
Encanta as crianças da rua
Que correm atrás dos pombos da praça
E ainda sem graça imaginam o espantalho
Da roça de milho debaixo do orvalho.
05/01/2010