TRANSIÇÕES
Eu caminho no deserto absoluto
o discurso
no silêncio
apenas
Fogo é o que circula nas veias
mal desenhadas
do meu braço
solitário
Poetas, canções, nada sei
atravesso transições:
o que há além
da mediocridade?
Aonde encontro porto
neste mundo
de julgamentos
combinados?
Nada saber é virtude
o sábio
merece
a jaula
como o flautista
ludibria a escala
desenhando
a lágrima
eu apenas começo
de onde
nunca parei:
o sonho