O Copo Cheio

Das virtudes mais belas

Dizia ter muita paciência

Controlando os impulsos quando contrariado

Carregamos um copo imaginário

Uma gota no dia que fui esquecida

Enquanto numa noite solitária caíram tantas lágrimas que o copo encheu até a metade.

Acontece às vezes de derrubá-lo de tanta empolgação, como em uma tarde de gargalhadas....

Dos pensamentos mais dignos

Almejar ser alguém melhor

No imenso e confuso Universo que pode nos engolir...

Um passo distraído e a topada no dedo do pé

Não toquei no copo. O grito de dor não tirou a paciência

Paciência...

Uma gota no dia que caiu um temporal desabrigando famílias

A revolta com os fenômenos sem entender o porquê.

Três gotas com uma ofensa pessoal.

Pré julgamentos ignorantes que ardem na pele

Das virtudes mais belas

Saber que as pessoas são diferentes

Dói em você, nela, nele, neles e não em outro alguém.

Meu peito dói e o dela nem sente.

Da caridosa inocência de não deixar-se ferir

O copo pela metade.

Decepção, loucura, isolamento e a saudade

Da areia da praia

As ondas nos pés

Rebeldia e ninguém é culpado pelas insatisfações que carrego.

Loucura...

De mãos dadas com o duvidoso.

A perseguição

Fantasmas do tempo soprando insegurança

Um sorriso no fim da tarde

O copo ainda pela metade

Então ela julga e coloca a máscara da loucura para não assumir que ofendeu

O copo transborda.

Enlouquecida

Esquecida

O surto

O medo volta

O pânico em sobreviver no Mundo dos malucos...

Preciso mais um copo ou esvaziar o meu.

Respire fundo e me abrace

Temos um limite

Paciência...

LuFairlane
Enviado por LuFairlane em 04/01/2010
Código do texto: T2010930
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