O Copo Cheio
Das virtudes mais belas
Dizia ter muita paciência
Controlando os impulsos quando contrariado
Carregamos um copo imaginário
Uma gota no dia que fui esquecida
Enquanto numa noite solitária caíram tantas lágrimas que o copo encheu até a metade.
Acontece às vezes de derrubá-lo de tanta empolgação, como em uma tarde de gargalhadas....
Dos pensamentos mais dignos
Almejar ser alguém melhor
No imenso e confuso Universo que pode nos engolir...
Um passo distraído e a topada no dedo do pé
Não toquei no copo. O grito de dor não tirou a paciência
Paciência...
Uma gota no dia que caiu um temporal desabrigando famílias
A revolta com os fenômenos sem entender o porquê.
Três gotas com uma ofensa pessoal.
Pré julgamentos ignorantes que ardem na pele
Das virtudes mais belas
Saber que as pessoas são diferentes
Dói em você, nela, nele, neles e não em outro alguém.
Meu peito dói e o dela nem sente.
Da caridosa inocência de não deixar-se ferir
O copo pela metade.
Decepção, loucura, isolamento e a saudade
Da areia da praia
As ondas nos pés
Rebeldia e ninguém é culpado pelas insatisfações que carrego.
Loucura...
De mãos dadas com o duvidoso.
A perseguição
Fantasmas do tempo soprando insegurança
Um sorriso no fim da tarde
O copo ainda pela metade
Então ela julga e coloca a máscara da loucura para não assumir que ofendeu
O copo transborda.
Enlouquecida
Esquecida
O surto
O medo volta
O pânico em sobreviver no Mundo dos malucos...
Preciso mais um copo ou esvaziar o meu.
Respire fundo e me abrace
Temos um limite
Paciência...