LIBERTOS!
Longe da ternura das tuas mãos,
fez tanto frio;
rios de águas mortas eu vertia,
sempre o sol luzia as meninas
dos teus olhos, onde eu me via.
Cravado o olhar no imenso céu,
te orei: "Me acuda!"
contra o fel da solidão, treva, minha crença;
cada delírio pedia ajuda e um beijo teu,
minha fogueira intensa.
Eu toco em teus pelos agora
e rio da solidão que tu, como eu,
diluístes nas veias, e terna tu ris;
o amor são calafrios,
sensações sutis.
Te oferto um ramo de jura,
fruto farto em mim que, como em ti,
brota viçoso, quente e tanto mais;
amor siamez que a vida nos doa,
lira em nós, prazer que a vida apraz.
Tony Guedes