ONDAS DO MAR

Ondas do mar irreverente

num vai e vem tão fugaz.

Inquietas, buscam nova corrente.

Humildes, repousam no cais.

Levem o cansaço do corpo dolente

pelos fardos que o destino impõe.

Tragam a certeza da fé clemente

que confirma o que já se supõe.

Levem a saudade do amor ausente

que não se entregou por medo de sofrer.

Atracou em águas rasas, silente,

no aconchego que o porto ofereceu.

Tragam refúgio para a alma descrente

que persiste, em vão, a navegar.

Mas em rota errada, displicente,

quando, então, há de chegar?

Marcia Etelli Coelho
Enviado por Marcia Etelli Coelho em 04/01/2010
Código do texto: T2010108
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