Manifesto
De tanto gritar, emudeci.
Hoje, não grito
Não ouço, não falo
Tão pouco me abalo
Por aquilo que não pude falar.
Palavras nem sempre dizem
Aquilo que se quer dizer
Embora sejam elas
Formas concretas
São incertas ao querer explicar.
Deixo que meus olhos falem
Nas lágrimas que caem
No abraço apertado
No ficar só sentado
Esperando a vida passar...
Quem sabe no louco caminhar do tempo
Esse que ora é amargura, ora é contentamento
Esse tão ruidoso silêncio ,que outrora fora palavras
Possa ser ouvida embora nenhuma palavra seja dita
Nessa bendita busca sem fim.
Entre os absurdamente surdos, incompreensivos
Que minha alma brame e derrame todo sentimento que há em mim.