PRIMEIRO ESPELHO

No primeiro espelho velado, o rosto amado

confundindo imagens

sempre à espreita

sempre o encanto ,o desamparo

do que foi

do que há por vir.

Não há como proteger dos primeiros reflexos

as mãos se deparam vazias, falidas

sem bagagens ou garantias.

Só há o abismo

no jogo das sombras que fogem

da imagem escorregadia

que as mãos acariciam

os pedaços rasgados

vagorasamente deitados na estrada

até o dia que não mais machuquem

ao andar nas lembranças do passado

e o SEGUNDO ESPELHO!

24/07/06

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 24/07/2006
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