Centenária
A menina teve um sonho
De campos largos,
De cores fartas,
Horizonte infindo...
A menina pensava
E experimentava máscaras:
Atriz, poeta, bailarina...
Qual destas melhor lhe cabia?
A menina crescia e desfalecia
Se perdia...
Já não havia bonecas, amarelinhas não havia...
Nem horizontes, nem campos, nem cores,
Nenhum resquício de amores.
E quando supunha-se morta, de morna a uma torrente fria, vazia
Encontra viva, dentro de si, menina, atriz, poeta e bailarina, outra vez...