TERCEIRO MILENIO
TERCEIRO MILÊNIO
Ingenuamente pensava
Que o Mundo iria mudar,
Esta idéia me embalava
Ao novo milênio entrar.
Da Medicina esperando
Novas formas de tratar,
A Ciência pesquisando,
Muitos males vai sanar.
Engenheiros construindo
Pelo plano diretor.
Alturas diminuindo,
Muitos jardins ao redor.
Professores preparados,
Escola bem equipada,
Métodos mais avançados,
Para toda a criançada.
Ruas bem arborizadas,
Um trânsito organizado.
Com excelentes calçadas,
Cada bueiro tampado.
A moda sem desafios,
Com tecidos agradáveis.
Os sapatos mais macios,
De estilos bem confortáveis.
Na virada do milênio
Nada disso aconteceu.
Quem sabe, em mais um milênio?
A esperança não morreu.
Melodia e Harmonia,
Quase que já nem existe.
Só Ritmo, é uma agonia,
Meu ouvido não resiste.
Tanta tecnologia,
Muito invento e descoberta,
Mudanças na Geografia,
No Eco-sistema um alerta!!!
Achando a Terra pequena,
Outros Planetas exploram.
E a miséria é de dar pena,
Porque as coisas não melhoram.
Engenharia é tenaz,
Torres cada vez mais altas.
Medicina incapaz,
Nos hospitais muitas faltas.
A moda tecendo fios,
Que os corpos já nem encobrem.
Sapatos são desafios,
Fazem que os ossos entortem.
As crianças sem escola,
Os professores em greve.
O Governo nem dá bola,
Censurar ninguém se atreve.
Só buracos nas estradas,
Acidentes são rotina.
Multidões desempregadas,
E a fome que desatina.
Os sem teto e os sem terra,
Sem emprego, sem salário,
Quando morrem, não se enterra,
É traste do dispensário.
Algo melhor esperando
Que neste Mundo aconteça,
Por aqui vou encerrando,
Para que não esmoreça...