MISTÉRIOS E VISÕES
Era tarde
diante dos meus olhos,
mistérios e visões!
A clareira do ventre iluminado
trazia revelações:
Na cabeça tinha ouro e fulgor;
transparente, imaculado, me olhou,
levemente o fraseado se apagou,
consistente como o barro, esfriou.
Uma pedra ajustada desprendeu
no seu peito se espalhou.
Do penhasco uma crosta escaldante
arreando, derreteu.
Novamente desprovida, baqueou!
Estilhaço de ruína esfarelou
Descobrindo toda eira abarrotou,
muita terra desta mina se soltou.
O que corre nas veias de seus pés
é tão frágil que não sai.
O orvalho do corpo cheira a sal,
cujo orgulho, não me atrai.
- É o reino do império celular
desfechando sobre os cortes cerebrais;
- É a luta do mais fraco contra o forte
escamoteando a torre de babel.
Nem o rei, nem a fada açucarada
me fazem refletir.
Esta cura igual a tantas outras
não para de surgir
e o corpo machucado combalido,
recorrendo a outra esfera, regrediu.
Aguçada como o feno se abriu,
outra corda sustentada, se partiu!
Recorrendo à portas entreabertas
fugiu sem me avisar.
Disparado, descendo a pele solta,
imagem secular.
Neste corre desastroso se perdeu,
atracado e nervoso se entregou.
Sacudido pelas pontas não gemeu,
apertado pelos lados, não cedeu.
Já se contam estórias fabulosas
dos arcos da vovó!
Assustando fantasmas sonolentos
que rondam os caixões.
- Peregrino, sonhador, descansa em paz!
Atravessa o outro mundo e nunca mais;
quem começa e não termina nada faz
o perigo está na sina que se traz ;
era tarde
diante dos meus olhos,
Mistérios e visões!