*

*
Verdade*

Os braços em colheitas
Não são cravos, nem rosas
Apenas a braçada do tempo
E o plantio da palavra

-são acenos, são afagos?-

Apenas o vento
Sibila no trigal
O logro do íntimo sussurro
Quem por mim me cala

-uma busca incessante das bagas?-

Na fome em que me fito
Nesse rio amarelo que me ardo
Versos tudo nada
Vela sem chama do meu grito

-um mundo de papel aflito-

Noiva das palavras que me digo
Amor desmemoriado
No verbo me dou, na paixão me finjo
Amando sou, em poesia me minto.

Karinna*

**
*
Karinna
Enviado por Karinna em 30/12/2009
Código do texto: T2003691