O poeta de outro mundo
Desculpem a pouca modéstia, mas preciso oferecer a todos
a homenagem que me presta uma querida amiga de há muito tempo,
a grande poeta Gabriela Barquet.
Tenho medo de que um dia desses
o Rossyr desapareça.
Temo que um disco-voador imenso, luminoso,
súbito desça dos céus, arrebate o Rossyr
e o leve de volta para a galáxia de onde veio.
Porque somente um extraterrestre
é capaz de fazer com a poesia o que ele faz.
Primeiro a adula, beija, acaricia, brinca, desnorteia.
Joga-a para o alto, deixa cair, coloca abaixo de tudo,
no meio da lama, no esgoto, suja-a bastante.
Depois faz com que ela surja pura e cristalina:
no murmúrio doce de um riacho, na boca do poeta,
nas lides revolucionárias e no corpo de sua amada.
Ele chicoteia a palavra, usa, abusa, dilacera.
Transforma-a em pomba da paz – depois em fera,
Rosna, avança e combate o poder absoluto do mal.
Ah, um gigante, ele.
Homem que é muitos homens.
Busca ser tantos
para melhor servir aos bons sonhos de todos.
Rossyr faz, da palavra, arma letal.
E são tantas que formam um arsenal contra injustiças.
Loucamente as lapida, lubrifica, enfurece.
De repente, de perigosas as torna amorosas.
Mas tão lindas, tão intensamente líricas,
que leitura ou audição nos provoca arrepios e choro.
Seus livros, sempre juntos a mim,
explodem em diária revolução solidária.
Quanto mais leio o Rossyr,
mais tenho certeza que essa beleza selvagem
não pode ser daqui, do nosso planetinha.
Veio de galáxias por ele iluminadas.
Se eu fosse a mulher do seu poema Bilhete,
eu choraria tanto e seria tão pungente em meu pranto;
mas tão humilde em meu pedido
que ele não iria embora de sua casa terrestre.
Se vocês não acreditam em meu delírio
de que ele possa ir embora de nós,
vejam o que ele mesmo escreve:
"Não nasci neste mundo
Estou sempre surpreso com meus cotovelos
e as conquistas bélicas
Cheguei à vida e à galáxia erradas
Vou embora pra casa
no próximo cometa que passar"
Viram?... Estou avisando vocês.
Tenho o terrível medo de que dia desses
o Rossyr desapareça...
E nos esqueça – quando ele for embora pra casa.
Gabriela Barquett
Lançamento na 52ª Feira do Livro de Porto Alegre
Dia 31 out 06, terça-feira. Das 19h30min às 21h30min
– Pavilhão Central
Saiba mais sobre o autor:
www.recantodasletras.com.br/autores/rossyrberny
www.editoraalcance.com.br/ROSSIR.HTM
Desculpem a pouca modéstia, mas preciso oferecer a todos
a homenagem que me presta uma querida amiga de há muito tempo,
a grande poeta Gabriela Barquet.
Tenho medo de que um dia desses
o Rossyr desapareça.
Temo que um disco-voador imenso, luminoso,
súbito desça dos céus, arrebate o Rossyr
e o leve de volta para a galáxia de onde veio.
Porque somente um extraterrestre
é capaz de fazer com a poesia o que ele faz.
Primeiro a adula, beija, acaricia, brinca, desnorteia.
Joga-a para o alto, deixa cair, coloca abaixo de tudo,
no meio da lama, no esgoto, suja-a bastante.
Depois faz com que ela surja pura e cristalina:
no murmúrio doce de um riacho, na boca do poeta,
nas lides revolucionárias e no corpo de sua amada.
Ele chicoteia a palavra, usa, abusa, dilacera.
Transforma-a em pomba da paz – depois em fera,
Rosna, avança e combate o poder absoluto do mal.
Ah, um gigante, ele.
Homem que é muitos homens.
Busca ser tantos
para melhor servir aos bons sonhos de todos.
Rossyr faz, da palavra, arma letal.
E são tantas que formam um arsenal contra injustiças.
Loucamente as lapida, lubrifica, enfurece.
De repente, de perigosas as torna amorosas.
Mas tão lindas, tão intensamente líricas,
que leitura ou audição nos provoca arrepios e choro.
Seus livros, sempre juntos a mim,
explodem em diária revolução solidária.
Quanto mais leio o Rossyr,
mais tenho certeza que essa beleza selvagem
não pode ser daqui, do nosso planetinha.
Veio de galáxias por ele iluminadas.
Se eu fosse a mulher do seu poema Bilhete,
eu choraria tanto e seria tão pungente em meu pranto;
mas tão humilde em meu pedido
que ele não iria embora de sua casa terrestre.
Se vocês não acreditam em meu delírio
de que ele possa ir embora de nós,
vejam o que ele mesmo escreve:
"Não nasci neste mundo
Estou sempre surpreso com meus cotovelos
e as conquistas bélicas
Cheguei à vida e à galáxia erradas
Vou embora pra casa
no próximo cometa que passar"
Viram?... Estou avisando vocês.
Tenho o terrível medo de que dia desses
o Rossyr desapareça...
E nos esqueça – quando ele for embora pra casa.
Gabriela Barquett
Lançamento na 52ª Feira do Livro de Porto Alegre
Dia 31 out 06, terça-feira. Das 19h30min às 21h30min
– Pavilhão Central
Saiba mais sobre o autor:
www.recantodasletras.com.br/autores/rossyrberny
www.editoraalcance.com.br/ROSSIR.HTM