A PAIXÃO DA ALMA
Apago a luz da calçada
É morta a manhã de outrora
Tecida em algodão doce
Desfez-se na tepidez da lida
Cai pesada, a noite tenebrosa
Solitude e solidão vazia
Paredes a sufocar alma torta
Sem grades, mas aprisiona a vida
Forçando os olhos, a menina chora
Chora junto mil gargantas ardidas
A suplicar alento e guarida
A qualquer braço, qualquer mão piedosa
De mim, terás, flor da agonia
Um fitar Candido e complacente
A entender tua dor pungente
Pois já foi minha esta mesma sina
Te junto ao chão, te molho as têmporas
Sugiro o caminho novo a seguir
É o Maximo que posso, que ouso
É o mínimo que terás neste porvir
Apago a luz da calçada
Na esperança de conseguir
Dormir o resto da madrugada
E acordar pra ver o sol surgir