A PAIXÃO DA ALMA

Apago a luz da calçada

É morta a manhã de outrora

Tecida em algodão doce

Desfez-se na tepidez da lida

Cai pesada, a noite tenebrosa

Solitude e solidão vazia

Paredes a sufocar alma torta

Sem grades, mas aprisiona a vida

Forçando os olhos, a menina chora

Chora junto mil gargantas ardidas

A suplicar alento e guarida

A qualquer braço, qualquer mão piedosa

De mim, terás, flor da agonia

Um fitar Candido e complacente

A entender tua dor pungente

Pois já foi minha esta mesma sina

Te junto ao chão, te molho as têmporas

Sugiro o caminho novo a seguir

É o Maximo que posso, que ouso

É o mínimo que terás neste porvir

Apago a luz da calçada

Na esperança de conseguir

Dormir o resto da madrugada

E acordar pra ver o sol surgir

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 30/12/2009
Código do texto: T2002433
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