Arte de Tragar
A Arte de Tragar
Pense ser como nuvem,
A malvada da erva
Os pulmões tocam como alaúdes,
Inspirando leveza e minerva
O cérebro confundindo as palavras
Do que é perigo e do que é cautela.
Pois nunca existiu memória,
Na “brisa” que se
Conserva.
As palavras até tomam formas
Na flora que se desenha
Ao mesmo tempo em que se transformam
Destróem-se facilmente como no fogo, a lenha.
Existem frases cumpridas mesmo em textos pequenos
Eu sou a frase mais curta num texto de milhões de páginas.
Sou o exato, quando não é preciso.
E sou preciso em não saber exatamente o que sou
A importância nunca fez diferença, quando não existe siquer um pedido.
O Crânio é uma caixa de osso da qual se tivesse tampa já o tinha comido.
Nunca se soube onde começam estes conjuntos de sílabas, que se confundem em palavras.
Tropeçando em verbos e adjetos negativos
De certo vem de algum saliente desocupado e perdido
Tendo no peito o dom do saber intuitivo
Aparenta eloqüência ser o que não existe
Mas essa incumbência nem sempre é tão triste,
Depois vem a preguiça devaneando alguma força
Direi-vos que morra
E deixem que eu mato
Tragando com muita vontade e paz,
“A ervinha do gato”
Esses meus pulmões tão rosados
Tão rosados.
E a certeza idiota de pensar ser capaz
Sem medo de dar de cara com o riso envergonhado
Do teu próprio sonho,
Descrente e debochado
General de exercito imaginário
Soldado que não se rendeu
À escassa proteção do escapulário,
Abençoado pela reencarnação de Deus.
Precisei me perder pra saber o que quis
No fim me perdi novamente.
Por não querer nada
Ser feliz é não se sentir culpado em magoar demais.
Fazendo apenas o que o instinto manda,
Sempre foram felizes, observem os animais.
A vida é um mistério,
Que o mundo insiste em desvendar
E por traz de toda essa futilidade absurda e fria
Existem todos os indícios justificativos
Pra minha vida tão vazia.