RIO E MAR
O novo amor é rio indomável:
Se remanso; mata a sede
Se cascata; acaricia e invade
Se correnteza; dilacera a carne
Se cachoeira ao olhar fascina.
Mas se esse amor é paixão e nos domina;
Não há como não ficar prisioneiro do seu existir selvagem.
O velho amor é mar intimo:
Se sereno; ansiedade acalenta
Se revolto; queixumes por amar
Se parti; deixa a solidão
Se fica alegra o coração.
Mas se esse amor é paixão e nos cativa;
Não há como não ficar prisioneiro do seu existir verdadeiro.
Se você é rio, e
Deseja ser meu eterno mar;
Vou acreditar de novo que a felicidade existe.