RIO E MAR

O novo amor é rio indomável:

Se remanso; mata a sede

Se cascata; acaricia e invade

Se correnteza; dilacera a carne

Se cachoeira ao olhar fascina.

Mas se esse amor é paixão e nos domina;

Não há como não ficar prisioneiro do seu existir selvagem.

O velho amor é mar intimo:

Se sereno; ansiedade acalenta

Se revolto; queixumes por amar

Se parti; deixa a solidão

Se fica alegra o coração.

Mas se esse amor é paixão e nos cativa;

Não há como não ficar prisioneiro do seu existir verdadeiro.

Se você é rio, e

Deseja ser meu eterno mar;

Vou acreditar de novo que a felicidade existe.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 27/05/2005
Código do texto: T20019