VETADO

Vetado.

Não queria que meu poema tivesse a marca fria do mundo,

Ou a indiferença que transforma em nada os planos futuros.

Mas que neste poema cantasse a saudade, a esperança, o amor...

Que refletisse imagens e canções puras de um tempo de paz

E traduzisse os nossos sonhos numa interminável festa.

Neste poema o homem não saberia ser cruel,

Ele saberia admirar as estrelas e perceberia como são belas

E que estas sorriem e falam quando tomamos tempo em vê-las.

Também não quero falar de crianças nas ruas

Nem de asilos, políticos ou hospícios de loucos,

Não falaria da tristeza, da dor, nem da maldade tampouco.

Neste espaço só libero coisas que provocam alegria e gozo

Uma flor, o arco-íris, uma canção, teu sorriso...

E quem vai ler meu poema amigo?

Não é qualquer leitor, desvairado, impreciso desatento ...

Que levariam minhas palavras abruptamente ao esquecimento.

É pra ti meus versos, tu que sabes sentir , sorrir ou chorar

Que decifrasses o icógnito das minhas simples palavras

E percebesses que não se desiste de sonhar.

Gabriela Leite Gomes

03/07/2009