Poesia na garganta...
Olhei as gotas que caiam forte...
Vi-me entre o verde que corrompemos...
Associamos folhas... Adornamos o tempo.
Prendemos as palavras, na garganta...
Assim, o dia passa largamente acompanhado pelo beijo...
Retive-me nas folhas de um livro...
Percebi que o mundo, ainda não entende o que eu digo...
Culpa nossa... Por saborearmos as letras com açúcar.
Envelopei o meu presente...
Assim, guardado o fardo... Voei pelas escadarias de mim...
Não gosto de ventos de hipocrisia... Sou o reflexo convexo de tudo o que acreditas.
Sabes disso!... E mesmo assim, não "foges de mim..."
Já dizia a canção, em reverso modo.
Assim, posso colher, em outras palavras, o que dizes a mim...
Os discursos são repetidos... Apenas talhamos uma lasca... Um traço... Outro rabisco, o mesmo endereço da obra...
A poesia fica presa na garganta... Sou o obstáculo... A língua que a impede de sair...
Sufoco o peito... Quase enlouqueço... Toma conta de mim.
Aqueço... Espanto-me... Desfaleço... Acordo, em cinzas... Amanheço, nas escadarias de mim...
18:46 ( EntreCores...)