Não ser
Ao amanhecer quando a luz penetra pela janela,
Vejo lembranças do que não fui,
Vestígios do que sou e
esperanças no que serei.
Vejo que nunca fui autora da minha história,
que nunca amei.
Mas vejo o que sou.
Sou o que outrora fui: uma marca que a vida deixou.
Ao voltar à janela vejo que
Não serei mais uma folha seca
a vagar ao vento.
Que não serei apenas uma lembrança
deixada pelo passado.
Vejo sim, o que serei enfim.