Poema para Luma (minha “delinha” cega)

Houve um tempo

em que teus olhos fitavam os meus

com alegria de flor e pressa de vento.

Havia agilidade em teus gestos

e horizontes em teu quintal.

Houve um tempo

em que meus chinelos

eram teu passatempo preferido.

Ah o tempo!

O tempo acortinou os teus olhos

como a noite acortina o dia.

Mas não há tristeza nisso

enquanto as estrela cintilam

do outro lado o sol brilha.

Assim, os poemas

que sem ter olhos, vêem

e sem ter asas, voam.

Coisas mágicas, da vida, do coração.

O que importa Luma, é que nossa alma

se reconhece no amor que confia

na palavra que indica e na razão que nos guia.

Denise Reis

Santa Maria –RS