Valsa Brasiliense
Valsa brasiliense
Apaixonado, com o coração empenhado,
Em lhe dar amor
Como em flor
Cinco pétalas, sentimentos vários,
Ao brilho do seu encanto
Quantas vezes me chamaram de louco
Ao me viciar pouco a pouco
À doçura da sua voz
Ignorando o destino atroz
Da distância que não se sente
Dei tudo o que tinha
Nada o que meu coração negasse
Foi rejeitado, sempre resignado,
Ao amor multiplicado
E não dividido
Carreguei esse fardo
Esse sentimento vasto
Em dias efêmeros e noites eternas
Mergulhado nessa hipocrisia
Que um dia, após sempre,
Chamar-me-ia de meu amor
Viu o que tu fizeste?
E para mim, o que me deste?
Cansei-me de esperar
Perdi o trem da esperança
Na estação da tua dúvida
E na certeza do nada
Toquei a valsa brasiliense
Na sinfonia dos meus versos
Nos sons dos sopros divinos
Às palmas do teu silêncio
Tu fizeste um milagre,
Tu provocaste o meu pranto
Verdade cantada, saudade declarada,
E tu? Permaneceste calada?
A valsa brasiliense parou de tocar
Os sentimentos, somente meus,
Tão sós e sozinhos foram
Soluçando um último sopro de melancolia.
Daniel Pinheiro Lima Couto
05/06/06