A BEIRA DA MORTE (Saga)
De quantos passos se faz um destino?
Será talvez que à beira do abismo
As coisas são, enfim, mais fáceis de decidir.
Creio que a dor aumenta o tempo pro fim
É como correnteza breve que de surpresa
Persegue o caminhante
À beira do abismo a nossa face é tensa
A intensa é a vontade de se agarrar
A qualquer relíquia guardada
E a qualquer pedaço de papel
Esgueirando-se para deixar um pedido,
Um desejo e/ou confissão.
A morte é a dona da vez
É a irremediável saída da vida
E esquivar-se dela é saber-se melhor,
É ver-se sortudo,
Mas crendo que no fundo
O fim apenas foi adiado.
C.A.D S.T.C.