Da palavra ... à poesia

A palavra enclausurada

Trai o hábito do silêncio

Tange a lágrima e soluça rimas.

Re_pousa numa folha branca

Ou voa entre flores a sugar o pólen.

A palavra despe-se na anuência do desejo

Torna-se refém e tange da memória a liberdade sem pejo.

Prende-se em cadeias e depois reclama

Inflama, conclama. Des_confiada chama.

É vida e morte, é doce de_leite

Sobre_mesa

Tem gosto de sorte!

A palavra imola

Unguento , aguenta a dor.

A santa palavra atrai

A devassa palavra trai

Nutre o ego e naufraga a alma

Para no coração e não para

Tresloucada bate asas.

A palavra é pedra no caminho

Tropeça entre os dedos

Pelo lápis: canta

Pelo coração: chora.

Anoitece sílaba

Amanhece rima

Às vezes in_verso, à vezes re_verso

Sina!

Eis a palavra

In_útil viez que faz alguém

Sentir-se poeta.

FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 28/12/2009
Código do texto: T2000237
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