Da palavra ... à poesia
A palavra enclausurada
Trai o hábito do silêncio
Tange a lágrima e soluça rimas.
Re_pousa numa folha branca
Ou voa entre flores a sugar o pólen.
A palavra despe-se na anuência do desejo
Torna-se refém e tange da memória a liberdade sem pejo.
Prende-se em cadeias e depois reclama
Inflama, conclama. Des_confiada chama.
É vida e morte, é doce de_leite
Sobre_mesa
Tem gosto de sorte!
A palavra imola
Unguento , aguenta a dor.
A santa palavra atrai
A devassa palavra trai
Nutre o ego e naufraga a alma
Para no coração e não para
Tresloucada bate asas.
A palavra é pedra no caminho
Tropeça entre os dedos
Pelo lápis: canta
Pelo coração: chora.
Anoitece sílaba
Amanhece rima
Às vezes in_verso, à vezes re_verso
Sina!
Eis a palavra
In_útil viez que faz alguém
Sentir-se poeta.