DESVAIRO
Não me negues a fonte cristalina,
Deixe-me saciar esta sede ardente,
Embriagar-me neste momento fascinante.
Minha amada, deusa menina,
Linda pintura no painel vivente.
Verdade nua deste peito amante,
Glória conquistada tão de repente
Quando os meus olhos encontraram os teus,
Tornando doce todos meus sentidos;
Na boca a secura do beijo presente
A morar comigo. Ó fonte de Deus!
Perdoe-me pelos carinhos atrevidos!
Banhe minha testa hora encalorada...
Quando meu sangue mudar-me a cor
Não me chame de tolo, nem abusado!
Assim procede esta alma desvairada
Em êxtase vivendo do amor e por amor
Correndo o risco de perder-te e ser desprezado.