Rotina
A indolência da rotina,
esconde o pó e a saudade
embaixo do tapete e atrás da cortina.
De todas que passaram,
poucas ficaram.
Coisa da rotina indolente:
amansar a fera-gente.
Em algum saco transparente
guardei o que tive de demente.
Dizem que aos 53 já nada se sente,
mesmo que Mefistus ao Fausto tente.
E é assim que se vai.
Em busca de algum descarrego,
ou só de outro sossego.