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Síncope*

Espraio-me no corpo celeste do verso
Como se estrelas em mar me beijassem
Solitárias viagens que nunca foram
Não sendo, esmaecidas nos idílicos dias
-sei-me flor no cume desse monte-

Varro dos olhos toda a impureza
Mordo o pêssego da palavra
Sem tradução um sentimento
Das faces, a poesia resvala
-fértil flora, fecundo ventre, lâmina imola-

É dor e se há sofrimento
O grito escapa das borboletas nos dedos
Se faz dia na ponta do lápis
Sou chuva, meteoro, ungüento
-uma prece em sopro, verbo em juramento-

No fim das águas, aberta a cascata
Cúmplice náufrago dessa fome que me nutre
No horizonte a poesia em sede
Na pétala desbragada do verso colho-me
-em concha de poema urgente-

Karinna*

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Karinna
Enviado por Karinna em 27/12/2009
Código do texto: T1997692