Desconsertante

Angélica T. Almstadter

É no gosto da tua boca, que eu me engasgo,

No sabor da tua língua que eu travo,

Que se dane a compostura,

Às favas a mulher madura,

Não me troco pelas ninfetas sem favo,

Quero o gostinho do céu,

Do escorrer do teu mel,

Passeio sem pudores, na tua picardia

Enxugo os suores, controlo a taquicardia;

Me lambuzo ofegante,

Tenho a veia altamente estimulante.

Se me ofertas a face, encho de beijos,

Mas é no regaço, que eu me atrevo;

Sou um poço de desejos.

Não temas, assino o que escrevo,

É meu lema.

Então;

Dê-me as costas e eu te arranho,

Pois sou anjo sem asas.

Me procura, e eu me assanho;

Te levo a perdição,

Rendição;

Pois te ato nos meus enredos,

Te queimo nas minhas brasas,

Se meu ventre tu burilas,

Com dedos agéis e afoitos,

Faço dengo, me abro sem segredos,

Reviro os olhos, dilato as pupilas,

Me esparramo ciciante,

Sussurrante...

Me entrego sem reservas,

Perco os medos,

Assumo a mulher amante fatal;

Preparada e banhada em leite e ervas,

Em nada, nunca, banal.

E enquanto te coloco no pedestal;

Te devoro numa batalha campal,

Magistral...

Até que te rendas exausto,

Colado nos meus seios,

Rendido aos meus anseios,

No meu exclusivo clautro...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 26/05/2005
Código do texto: T19968
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