Vida
É um homem deitado
Jogado igual caco
No meio do asfalto
Morrendo a mingua
Sem quem o distingua
De um vira-lata.
É um sabado na praça
E a espera do exílio
Não mais que sozinho, esperando auxílio.
É acostumar-se com o tropeço
Mesmo que tudo ao avesso
E os miseráveis lhe dão esmola
E você inconsolável, chora e chora.
É gente passando a frente
Mas pessoas passam, a gente nem sente
E vamos-nos arranhar de saudades
Dos tempos passados, da mocidade
Pensar como os problemas eram diferentes
E ir andando como sempre, continuamente.