Dois Poemas de Natal

Poema de Natal I

não deixarei agora em verso

nem espalharei pelo universo

a mínima desgraça andante

golfejarei meu próprio sangue

que tudo é vão e decadente

que tudo é falsa e vã semente

cala-te ânsia pelo meu pranto

suma comigo em teu espanto

nada fique da minha história

que é vão o amor o sonho a glória

que abisme o desejo em meu peito

morra o horror em mim desfeito

mergulhem-me no que é fatal...

brilha puro o astro de Natal.

Poema de Natal II

talvez te desejasse felicidades

a felicidade que ânsia pelos dramáticos angelicais

anos-luz de desejos que se afogam

nos impossíveis das idades...

mas não vou te desejar felicidades.

talvez te desejasse saúde

a saúde que sol pelos campos em tons azuis

verdes-luz de paisagens que se somem

nas contradanças do alaúde...

mas não vou te desejar saúde.

talvez te desejasse amor

o amor que céus pelas lunáticas infinitais

beijos-luz de sonhar-te que se vagam

ao som da mais clara cor...

mas não vou te desejar amor.

não, não vou desejar...

nem felicidades

nem saúde

nem amor

nem paz

nem calma

eu só te desejo Alma.

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Alessandro Reiffer
Enviado por Alessandro Reiffer em 25/12/2009
Código do texto: T1994832