Colibri
O colibri frequenta minhas manhãs.
Caminha pelo ar
e pára no vento;
como se pára o momento.
O quê ele usa como escada
para subir no Nada?
O que me diz?
Será que crê que eu existo?
Ou que sou só aquilo
que preenche o espaço ordinário
entre a cama e o armário.
Mundos paralelos que ele atravessa.
Se tento lhe arremessar a minha impossibilidade,
eis que ostenta a sua plena liberdade
e sua majestática majestade.
Bom seria deslizar
nesse nenhum lugar
e viajar
com o Colibri
em busca do que outrora
eu senti