Nossa própria poesia
Somos mãos, milhares de mãos
seguras pela nossa própria poesia.
Descrevemos a vida através das palavras,
saudamos o destino em nossos versos.
Somos mãos, milhares de mãos
que desdenha de incautos vazios.
Retratamos o amor e a tristeza
num mesmo cenário, numa mesma tela.
Somos mãos, milhares de mãos
presas, escravas, súditas da poesia.
Desenhamos em versos nossos mais
profundos sentimentos, o nosso ser.
Somos mãos, milhares de mãos
a emoldurar a mais densa tristeza,
a mais sensata e incrédula razão,
a mais insana e incerta forma de amar.
Somos mãos, milhares de mãos...
Diversos dedos... Dezenas de abraços...
Cores diversas... Uma só lágrima...
Um largo sorriso... Sentimentos... Versos...
Somos mãos, milhares de mãos...