ARABELA
Assim que a manhã nasceu
o coelho dominou o caos
atravessando as torres tortas
da poesia
Nem bem o Anjo brilhou
entre a estrela negra e a dourada
a aranha teceu o pentagrama
dos acordes inaudíveis
que apenas o cão do mago capta
na lógica partida do polichinelo
cujo sorriso é herança do tempo
em que lápis guiava aquarela
porém, ainda vivemos pelo encanto
das artes mágicas que Arabela
despeja no sonhos dos peixes,
inventando a tinta pelo sonho
para que o sonho nunca a tinta deixe