Rio de Ternuras

Hoje,como um rio de ternura

a escorrer das mãos-emoção

abro todas as portas

navego na imensidão

dispo as máscaras

porque te reconheci

sempre te conheci

mesmo antes de te conhecer

antes de nos acontecer

do canto do meu espanto

me vi a ti correr

e dos meus olhos

atirei nuvens e estrelas

desenrolei um tapete

tecido de flores...

com um sorriso

tirei do peito um pássaro a cantar

deitei-o a voar

pousei-o no teto

com notas pincelando luzes

a enfeitar o paraíso luar...

deixei o sol entrar

pela tua janela aberta

descobrindo teu corpo nu

deixei-me entrar na tua vida

minha própria vida

satisfazendo os teus-meus desejos

Agora aqui estou a ouvir-sentir

a brisa da tuas suaves mãos

a canção desfolhada do existir

deste destino-rio de tantas ternuras

até o dia que já não mais existir

espaços largos para sonhar,amar

não mais a ti chegar

ou até quando você voltar

para as aventuras do mar .

21/07/06

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 21/07/2006
Código do texto: T198913