dia claro

olhos que penetram

perfume que embriaga

abraços que sufocam

mãos que me queimam

e meus olhos ainda teimam

em não te perder

palavras que machucam

coxas que me trancam

amor que fere fundo

boca que tortura

e eu naquela loucura

de não me libertar

versos sem sentido

poemas vagabundos

vagando em bares

bêbado em sarjetas

me escondendo em becos

lugares imundos

imagens tortas

paisagens mortas

sono confuso

sonhos obtusos

o medo de intrusos

trancando portas

um vento forte

varrendo as ruas

me esvasiando o peito

meus medos e pesadelos

levados nas lembranças

principalmente as tuas

dia claro

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 20/12/2009
Código do texto: T1988035