Sonho sem sono

Surgiu, súbito e intenso

De uma improbabilidade doce.

Surgiu entre diálogos intelectuais

E doces risos.

De confiança e carinho

Humanidade e preocupação.

Por um momento tão digno

Não planejado e voraz.

Rendemo-nos ao destino

Sem preocupações, sem dramas.

Rendemo-nos a nós

Num sublime espetáculo.

Somos protagonistas

De um romance em clímax.

De tanta insegurança

Gestos ingênuos e óbvios.

De tamanha compatibilidade

Intensa paixão insólita.

Como se a impossibilidade

Nada significasse

Diante da intensidade

Do ocorrer de nosso momento.

E atuamos, como dignos protagonistas

Em nosso espetáculo sem roteiro.

No impetuoso improviso

Da avassaladora intenção de nós.

Nossos corpos compreensivos

Exalam pelos poros

A doce e leve melodia

Da epifania de nossa união

A harmonia em nossos olhares

De um contemplar de nossos rostos

Atados por nossos braços

Na égide carinhosa de nosso abraço.

No evitar de pensamentos

De preocupações futuras

Irrelevantes diante de nós

Pois foi unicamente relevante nosso momento.

Surgiu, súbito e doce

Como um simples sonho sem sono

Na música atemporal

Da união de nós.

Surgiu, improvável e vivaz

Como um doce sonho sem sono

Na realidade inacreditável

Em felicidade e harmonia.

E evanesceu como teu perfume

Em tua pele branca e macia.

E evanesceu ao amanhecer

De nosso alegre e melancólico terceiro dia.

Ironic
Enviado por Ironic em 20/12/2009
Reeditado em 20/12/2009
Código do texto: T1987141
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