MEMÓRIA DE PAQUETÁ (Improviso)
MEMÓRIA DE PAQUETÁ
(Improviso)
Paquetá é como um sonho
que não quis mais acordar
das alfombras do rebanho
das ondas verdes do mar.
Se não for sonho, acredito
que um dia eu vivi por lá...
Ou então é o meu espírito
por quem sonha Paquetá.
As canções dos arvoredos
repousam no pensamento
como se fossem segredos
de amores daquele tempo.
Mesmo eu estando por lá
a saudade ainda me vem
como a sombra do baobá
no caminho de meu bem.
Me vens de alma iluminada
como as vestes de uma flor
não dependo de mais nada
senão do encanto do amor.
São praias das moreninhas
que nas marés do teu olhar
carregam saudades minhas
em que tu me vens banhar.
Afonso Estebanez