Transfusão
Dia e noite se confundem
Num transe melancólico
O clima e o cheiro das flores
Tardios funerais
E o pensamento longe esconde o espanto
De viver a realidade
A solidão, meu prato predileto
Ainda que indigesto, parece não cessar
Observo o instante perpetuado na memória
Intrínseco na minha própria história
Ou talvez estória em que me inventei
Só concluo a falta
Que perdoa a minha culpa
E delega uma desculpa
Pra enterrar o que sobrou.