Entrelinhas

O ranger das portas

O que será que tenta dizer-me?

Quando as gavetas guardam surpresas

Esquecidas e não mais segredos

O que será que mudou?

Ignoro o sussurro do vento

Finjo não ler as entrelinhas do tempo

Até que elas marcam-me o rosto

Sigo aos tropeços por este imenso caminho

Com os sapatos e ouvidos já gastos

E o meu olhar se torna vago

De coisas que já não existem