Navegar... Precisei...
Navegar... Precisei...
Começou a chover. Dia ainda.
De repente o despedaçado coração
Sentiu vontade larga de navegar
Navegar
Na enxurrada lenta que
Calava a voz da rua.
Navegar bonito
No raso dos olhos mais cinzentos
De uma cidade sem poente.
Vai daí,
O coração se arranjou todinho
Dentro de um pequeno barco de papel
E lá se foi...
Enquanto isso,
O magro corpo molhado
“Malemá” conseguia se despejar inteiro
No leito das velhas esperanças.
(E, muito menos, na inutilidade do tempo)