NÃO... NÃO HÁ

NÃO, NÃO HÁ

Não há mais tempo

Não para ternurar pelo espaço/tempo amar,

Não há nem mais tempo para se e te mirar,

Admirar as entre coxas lindas eriçadas e macias a vagar,

Correr pelo paralelo dos trilhos de ferro a cantar,

Palitar um capim do campo vendo a flor nos seus cabelos a bailar,

Bailar sim sob o peso da brisa a tudo levantar e fazer dançar,

Não há mais tempo da camisola calmamente retirar,

Nem há para olho no olho um copo de água, salivar.

Estamos na pressa do limiar da absurda loucura de nem observar,

Que cantem e cheirem a natureza, não está a sensibilizar.

Passos que correm rastejante nesta terra de mar,

Tempestuosamente trombando com as borboletas a voar,

Que bem te vi fique rouco de cantar

Que o quadrado da janela nunca mais mirar

Que a lua mude de lado, para do lado de lá parar

Que o Norte desnorteie, a humanidade não vai notar.

Descansamos os ramos do amor e empunhamos a tecnologia da loucura.

NÃO, NÃO HÁ TEMPO NÃO HÁ